Conhecendo a Raiz de um Sistema Linux

Conhecendo a Raiz de um Sistema Linux

Bem-vindos a mais um artigo desta humilde e guerreira série de Linux! Em um flashback rápido de aprendizado, é imprescindível destacar o conteúdo abordado e absorvido nos últimos artigos. Entre os avanços obtidos, superamos obstáculos técnicos em tópicos como shell, bash, apt e instalação de pacotes. Expectativas foram criadas e estão sendo cumpridas!

Em uma busca constante no entendimento do Linux e de seus elementos, esta postagem trará um assunto curioso e igualmente importante: a raíz de um sistema Linux. O que tem lá dentro? Quais os diretórios existentes e suas respectivas funções? Esses são exemplos de perguntas que pretendemos responder na evolução textual a seguir.

Por mais complexo que isso possa parecer, o conteúdo aqui estabelecido será simples e direto. Basicamente, a ideia é proporcionar uma visão geral dos diretórios presentes na raiz / do sistema que sempre estiveram lá e nunca foram explorados (até agora).

A raiz do sistema

Para acessar a raiz do sistema Ubuntu, basta navegar até o diretório / (barra) e listar os arquivos e diretórios presentes.

img01-root.PNG

Literalmente, esta é a raiz de uma distribuição Ubuntu. Nela, é possível encontrar uma série de diretórios, arquivos e links diversos, cada qual com sua função específica dentro do conjunto do sistema operacional.

Segundo o professor Ricardo, na série de Linux gravada para o canal Curso em Vídeo no YouTube, existe uma norma mantida pela Linux Foundation que determina que distribuições Linux devem seguir (ou se inspirar) neste formato de construção do sistema.

A tabela abaixo traz uma visão geral sobre a função de alguns dos principais diretórios presentes na raiz do sistema:

DiretórioFunção
/binDiretório que armazena todos os comandos (arquivos binários) do sistema (ex: ls, mkdir, rm)
/sbinDiretório que armazena os comandos executáveis de uso exclusivo do usuário root
/bootArquivos de configuração do boot, kernels e outros arquivos necessários
/devAbreviação de device, este é o diretório onde encontram-se os dispositivos do sistema (ex: hd da máquina, partições, pen drives). Na prática, os pontos de montagens de dispositivos normalmente são acessados em /media.
/etcPossui arquivos de configuração, scripts de inicialização, entre outros elementos. Desenvolvedores costumam literalmente considerar o significado deste diretório como "etcetera".
/homeLocal de armazenamento de diretórios de usuários. Cada novo usuário Linux criado possuirá um diretório próprio no caminho /home/nomeusuario.
/lost+foundFornece um sistema de "achados e perdidos" para arquivos que existem sob o diretório root (/)
/mediaDiretório utilizado para montagem automática de partições no disco rígido ou mídias removíveis, como pendrives e outros dispositivos USB
/mntDiretório utilizado para montagem manual de arquivos e dispositivos no disco rígido.
/optDiretório que pode ser utilizado para a instalação de alguns programas externos (ex: Hadoop, Hive, Spark)
/procRepresenta os processos executados no sistema como diretórios. Um exemplo prático de utilização é executar o comando ps para listar os PIDs de processos executados e, no diretório /proc, navegar até o respectivo diretório de ID (que certamente estará lá) para visualizar detalhes de baixo nível dos processos.
/rootDiretório equivalente ao /home para o usuário root (administrador da máquina)
/runDiretório utilizado para armazenar as informações necessárias para que um determinado programa ou processo possa ser executado.
/srvAcrônimo de serve, este diretório pode conter arquivos que são servidos para outros sistemas.
/sysContém arquivos de sistema.
/tmpDiretório que armazena arquivos temporários sem a garantir, por parte do sistema, que existirão no próximo boot.
/usrÉ um dos maiores diretórios sistema e armazena boa parte das aplicações instaladas. Seu acrônimo é Unix System Resources, mas
/varDiretório que contém dados variáveis. O /var/logs serve para armazenamento de logs, o /var/mail para o envio de e-mail. O /var/run possui PIDs (Process IDs) de processos executados. O /var/cache para alguns caches do sistema.

Considerações Finais

Ter uma visão genérica e básica sobre o conteúdo da raiz de um sistema Linux é um feito bacana que pode propor uma maior autonomia no gerenciamento do sistema e no conhecimento agregado. Da maneira mais direta possível, este artigo trouxe algumas definições gerais sobre o significado de alguns dos principais diretórios. Para alcançar este feito, algumas referências fundamentais foram consumidas e podem ser visualizadas na seção abaixo. Entretanto, como forma de agradecimento, quero, mais uma vez, citar de maneira especial dois excelentes vídeos já citados em artigos anteriores.

O primeiro deles é o guia definitivo de Ubuntu gravado por Fabio Akita para o YouTube. O vídeo é longo e as informações relacionadas à raiz de um sistema Linux podem ser encontradas entre os minutos 23:00m e 30:00m.

Já o segundo é mais uma recomendação da série de Linux do canal Curso em Vídeo. Nele, os professores Gustavo Guanabara e Ricardo Pinheiro abordam conceitos do terminal Linux e informações adicionais do sistema, como o conteúdo da raiz. O tema deste artigo pode ser assistido entre os minutos 15:00m e 21:00m.


Referências

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